quinta-feira, 11 de novembro de 2010

http://www.efdeportes.com/efd99/esclero.htm

Força muscular

Métodos de avaliação da força muscular, conduzidos a partir de contrações isométricas e isocinéticas, tem demonstrado a reduzida capacidade de produção de força de pessoas com EM, quando comparadas a sujeitos saudáveis. Por exemplo, Rice, Vollmer, Bigland-Ritchie (1992) encontraram valores de força 30-70% menores nos músculos de pessoas com EM com diferentes graus de acometimento. Por sua vez, Schwid et al (1999) relatam que indivíduos com EM eram significativamente mais fracos em uma de quatro medidas de membro superior e significativamente mais fracos em oito medidas de membro inferior. Lambert, Archer e Evans (2001) apóiam esses estudos, indicando que indivíduos com EM foram mais fracos do que controles, em três de quatro medidas de membro inferior.

Adicionalmente, Ponichtera-Mulcare (1993), baseada em uma série de estudos desenvolvidos entre 1951 a 1993, destaca que a quantidade de força produzida por pessoas com EM apresenta-se, de forma pronunciada, inversamente relacionada com a velocidade de contração.

Há uma particularidade em relação aos níveis de força de membros superiores e inferiores de pessoas com EM. Parece haver um maior comprometimento de força de membros inferiores, com relativa preservação desta capacidade em membros superiores. Desta forma, os prejuízos são observados principalmente na habilidade de deambulação, que por sua vez, influi diretamente na manutenção de um estilo de vida independente (PONICHTERA-MULCARE, 1993; SCHWID et al, 1999).

Na década de 1980 um estudo pioneiro com exercícios físicos para pessoas com EM impulsionou o desenvolvimento de programas com essa temática. Esse estudo incluiu 10 indívíduos em um programa de 10 semanas com exercícios calistênicos em meio aquático e natação. Nesse estudo foram observadas mudanças positivas na força muscular, fadiga, trabalho e potência, sem a ocorrência de surtos da doença em função da participação no programa (GEHLSEN, GRIGSBY e WINANT, 1984).

Somente nos últimos anos pesquisadores tem se dedicado ao estudo de programas específicos de fortalecimento muscular para pessoas com EM. DeBolt e McCubbin (2004) registraram o impacto de um programa domiciliar com exercícios resistidos para membros inferiores a partir de um programa compreendendo a execução de 6 sessões para instrução dos participantes e 8 semanas de treinamento com 3 sessões semanais em ambiente domiciliar. Participaram do estudo 19 praticantes e 17 controles, todos com EM confirmada e com EDSS entre 1 e 6,5. Os resultados demonstraram melhora significativa de potência de pernas, com ganhos médios de 37,4% e diminuição de 12,7% no tempo de caminhada.

Em outro estudo, White et al (2004) avaliaram o efeito de oito semanas de um programa de treinamento resistido progressivo para membros inferiores em máquinas, contando com 8 sujeitos com EM (EDSS: 1-5). Os participantes realizaram exercícios dinâmicos e melhoraram significativamente a força isométrica de extensão de joelho (7,4%) e flexão plantar (54%), além da melhora de 8,7% no desempenho na execução de 3 minutos de subida e descida de degrau. O auto-relato de fadiga reduziu significativamente 24% e houve, ainda, uma tendência para redução da incapacidade a partir de auto-relato (EDSS de 3,7 para 3,2). Em um estudo com maior duração e número de sujeitos, Romberg et al (2004) estudaram o impacto de 26 semanas de exercícios resistidos com faixas elásticas e aeróbios em 95 indivíduos com EM (EDSS: 1-5,5). Foram observadas melhoras significativas nos testes de caminhada de 7,62 metros (12%) e 500 metros (6%), além de melhora na resistência muscular localizada de membros superiores (2,9 repetições).


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